quinta-feira, 27 de setembro de 2012

no happy ending

Sexta-feira passada tive a brilhante ideia de aparecer no aeroporto de surpresa. Para pelo menos dar um tchau, um até logo, mais uma troca de lágrimas, qualquer coisa, queria vê-lo. Mas, como sempre, me fodi. Cheguei tarde demais e ele já estava na sala de embarque. Tentei agonizar mais minha suposta despedida encontrando ele no vidro que dá pra ver o pátio de manobras e o conector de terminais, mas não rolou. Fiquei lá, vendo os aviões decolando e pensando que um deles, mais tarde, seria o dele, indo para o destino dos meus sonhos, para viver meu pesadelo. Chorei muito, como nunca chorei antes. Doía tudo. Não vou dizer que agora não dói. Dói muito. Mas prefiro deixar debaixo da máscara. Odeio quando meus problemas atingem pessoas de fora que não têm nada a ver com isso.
Agora é a vez de recolher a máscara que estava de lado há um tempinho, dando ar de um cara feliz, de bem com a vida, que ri com tudo, que sempre está bem e que dá conselhos pros outros não ficarem na pior. Como eu estou e sempre fiquei.
Não é fácil.
Sinto saudades do Lucas de 2008, que não tinha ninguém para amar e não sofria por nada. Onde a única preocupação era se ele iria pegar alguém na balada ou não. Mas não, veio um, depois veio outro melhor. A vida dele ficou um caos.
O que mais me deixa intrigado são as ironias. Está morando numa cidade que é famosa por suas feiras de aviação (adoro aviação), está indo a shows que eu sempre quis ir, enfim, está vivendo a vida dos meus sonhos, praticamente, mas não comigo. Isso é de foder.
Mas, como disse, a máscara está aí pra isso. Hora de recuperar o tempo perdido fazendo trabalhos inúteis da faculdade, hora de fazer carinha feliz e sorridente em casa pra mamãe não reclamar, e o tempo que vou usar pra sofrer vou esquecendo. Até que não haja mais pra que sofrer. Até que surja um suposto substituto e eu pense que é pra valer, mas na verdade é só mais uma distração pra que eu deixe de pensar naquele que está vivendo num país de primeiro mundo com seu marido.
Felizes para sempre.